segunda-feira, 18 de maio de 2009

Intervenção de Ana Paredes Mendes

Boa tarde a todos.

Em primeiro lugar quero agradecer à comissão organizadora deste fórum pelo convite que me foi feito para estar aqui presente hoje. A minha intervenção, no entanto prende-se mais com a minha experiência profissional no âmbito da educação e formação. É nesse sentido que tentarei participar de forma a lançar algumas questões.
Quando falamos de cidadania, existem sempre duas palavras que devemos mencionar: direitos e deveres, porque ambas actuam em conjunto. Temos o direito e o dever de os exercer e é isso que nos torna fortes enquanto cidadãos.
No que respeita à temática hoje aqui em debate, Educação e Juventude, posso adiantar ou sugerir que um dos primeiros passos, passa pelo esclarecimento da importância da educação, das consequências em não se apostar na formação dos jovens. Neste aspecto muitos poderão dizer que “a escola no meu tempo não era assim” ou que “os professores não eram assim” ou que os alunos também não eram assim… Mas agora os tempos são outros e é tempo de agir, de educar, comunicar e sobretudo de partilhar e consciencializar dos jovens!
Nas questões lançadas para debate, talvez possa enveredar pela participação associativa dos jovens na comunidade.
As associações e instituições têm aqui um papel fundamental, nomeadamente na transmissão de informação, na criação de parcerias e protocolos com entidades que visem o desenvolvimento local. Isto porque, esclarecendo os mais jovens, também eles podem esclarecer outros, sendo assim cidadãos responsáveis.
No âmbito da Educação e Formação, a informação acerca, por exemplo, de quais os cursos com uma maior saída profissional, ou quais as necessidades de emprego na zona, leva-nos a tentar saber quais as ofertas formativas nas escolas, por exemplo, cursos profissionais, de aprendizagem ou de Educação e Formação de Jovens (EFJ’s) e assim podemos começar a agir.
Segundo a imprensa local, as antigas UNIVA – agora Gabinetes de Inserção Profissional, e que irão abrir em Tramagal, têm um papel importante principalmente no apoio à procura de emprego ou no que respeita à inserção ou reinserção profissional. Estes tentam dar apoio tanto a jovens como adultos e vemos, hoje em dia, que a população adulta aposta cada vez mais na formação e no aumento do grau de escolaridade.
Uma das soluções para estes casos são as chamadas Novas Oportunidades que provavelmente todos conhecem e identificam melhor quando se fala em RVCC. Neste sentido, o papel das Associações juvenis, desportivas, recreativas e culturais, passa por promover actividades de carácter não formal e informal, como é o caso de pertencer ao rancho folclórico, ao teatro ou a um grupo desportivo. Estas actividades enriquecem a participação activa da comunidade e para a comunidade, promovendo assim os saberes e competências da nossa população, que muitas vezes pensam que não as têm.
Outra questão importante e que pode ficar como uma simples sugestão é o caso de existirem formações modulares certificadas, que são financiadas e que permitem, tanto a jovens e adultos, apostar no desenvolvimento da sua formação. Estas formações são desenvolvidas por diversas escolas e, a parceria com associações locais parece-me uma boa aposta para o desenvolvimento da educação. Uma das questões lançadas aqui também, trata das actividades de lazer e ocupação para os tempos livres. Não seriam estas formações uma boa ocupação com os chamados “cursos de verão”?
As interrogações que podem permanecer ou que, pelo menos servirão para uma possível abertura da comunidade, prendem-se com a questão de “como motivar os jovens para a educação”? A esta pergunta poucos ainda têm a resposta. Receio também ainda não a ter...
“Será que estamos receptivos ou que procuramos soluções para a formação dos nossos jovens?”
“Será que temos conhecimento das ofertas que existem na nossa localidade? Se não, porquê? O que podemos fazer para mudar?”
Em suma,
Porque não fazerem-se parcerias com associações?
Porque não fazer cursos intensivos de verão para que os jovens possam encontrar uma ocupação e aprender ao mesmo tempo?
Não será isto, uma boa forma de prevenir comportamentos desviantes e promover a cidadania?
Estas são algumas questões que deixo em aberto para reflexão ou para debate.
Obrigada.

Sem comentários:

Enviar um comentário