quarta-feira, 24 de junho de 2009

Intervenção de Carlos Horta Ferreira

Fórum para a Cidadania dos Tramagalenses
Sessão Temática -
Associativismo, Cultura e Desporto

Desde já quero agradecer à organização o convite formulado para que de alguma forma com o meu contributo possa enriquecer o fórum.
Esta minha intervenção não podia deixar de se basear na experiência que adquiri ao longo dos anos em que fui dirigente do Tramagal Sport União.
Ao longo dos vários anos em que desempenhei o cargo de dirigente na secção de atletismo do TSU, fui-me apercebendo que a interligação entre as várias associações não era a melhor e por vezes era mesmo inexistente.
Um exemplo flagrante tem sido o afastamento existente entre a Escola e as associações. Felizmente, que neste momento indicadores em que se começa a dar passos em sentido contrário.
A falta de relacionamento entre as estruturas associativas e outros agentes, só tem contribuído para que os efeitos sejam nefastos no desenvolvimento das mesmas.
Penso que será aqui que as entidades oficiais poderiam e deveriam ter um papel mais activo no desenvolvimento do relacionamento inter associativo, para que possamos ter um associativismo mais forte e mais saudável.
Só que, aquilo a que temos assistido tem sido a negação disso mesmo, continuam-se a realizar debates e colóquios na procura de soluções e conclusões para a questão, e a situação mantém-se, o afastamento dos cidadãos do associativismo e em especial dos jovens é uma realidade.
Por outro lado, as entidades oficiais de uma forma errada na minha opinião, esgotaram uma grande parte dos seus recursos, na última década na construção de infra-estruturas desportivas, muitas vezes desajustadas da realidade económica social e desportiva. Pensaram os responsáveis políticos que esta era a melhor maneira de desenvolver e apoiar o desporto. Enganaram-se.
E enganaram-se porquê? Porque durante todos estes anos que me dediquei ao associativismo e ao desporto, fui-me apercebendo que ao longo dos tempos as pessoas que se dedicavam à causa eram sempre as mesmas. A renovação era escassa por vezes nula.
Era perceptível que os resultados dessa situação seriam num futuro próximo extremamente nefastos para o associativismo e em particular ao desporto, e os resultados estão aí.
Há hoje uma crise profunda no associativismo, por falta de dirigentes. E pergunto eu: O que é que as autoridades oficiais fizeram para evitar essa situação?

Muito pouco.
Na minha perspectiva penso que o dirigismo deve ser olhado pelas entidades oficiais e pela sociedade em geral com outra seriedade e que se definam estratégias por forma a que o cidadão comum e em especial os jovens se disponibilizem e dediquem mais à “causa” do associativismo de maneira a que se mantenham muitos dos projectos existentes e se evite a sua extinção, bem como o aparecimento de novos projectos em benefício da sociedade em geral e em especial da juventude.
Esta minha intervenção foi feita, mais no sentido de chamar a atenção das pessoas, dos problemas com que o associativismo se debate e as suas consequências, do que propriamente apresentar soluções.
Poderia ter aprofundado mais as questões que referi, mas entendi que seria mais positivo discuti-las aqui em conjunto.


Tramagal, 20 de Junho de 2009

Carlos Horta

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